Habita em mim um ser pretensamente caridoso.
Crendo-se senhor do que é correto ele segue pelo mundo distribuindo agasalhos, comida, palavras e tudo o mais que, na sua majestade, ele julga possuir a mais que o seu semelhante.
Ele ouve, com um sorriso no rosto, o lamento da senhora idosa e, ao se despedir, deseja que deus a abençoe e dê forças, seguindo com seu espírito renovado pela oportunidade aproveitada.
Ele impõe as mãos semanalmente, distribuindo fluidos curadores a tantos quantos se fizerem presentes na fila dos necessitados, encerrando seu dia de atendimento pleno de satisfação, na certeza de ter tocado o espírito dos que por ele foram atendidos.
Ele evangeliza crianças órfãs, distrai idosos no asilo, dá palestras estimulantes ao crescimento espiritual, alimenta os sem teto e segue atento a qualquer oportunidade de aliviar a miséria do mundo.
Habita em mim um ser adormecido.
Um ser que insiste em sonhar que o mundo ao seu redor precisa da sua atenção caridosa, de sua incessante busca de oportunidades de atuação no bem.
No limiar do despertar ele ainda luta por manter a vista concentrada no reflexo, criando, dia após dia, versões necessitadas, adoentadas, ignorantes, distorcidas e invertidas de si.
O espelho do mundo não é perfeito. É como um lago, cujo os movimentos e as tribulações distorcem, mais ou menos, nossa imagem nele refletida. Quanto mais nos esforçamos por corrigi-la, mais ondas e tribulações causamos em suas águas.
Quanto tempo até compreendermos que corrigir o reflexo é uma distração para o verdadeiro propósito do lago?
A Lei do Amor propõe colocar o bem estar, a ocupação e o sentimentos para com os outros acima do eu enquanto negamos a existência do mal.
Cuidemos da integridade desse lago, para que, junto com “os outros”, deixemos de nos distrair com nossas imagens distorcidas e consigamos desfrutar de suas águas, com nossos reflexos completamente diluídos e nossos corpos mergulhados no prazer da existência pelo o que ela é: refrescante no calor, fria no inverno e tudo o mais que nossas divinas imaginações podem permitir que ela seja. Luz.

Sei lá, Gustavo Andriewiski, por qual motivo cabuloso, mas esse artigo me pegou na boca do estômago. Talvez meu comentário sobre “não sair o mesmo” tenha a ver com isso. É que eu sempre me pergunto sobre o não resistir ao mal e ouvi a ficha cair, uma não, mas as milhares das máquinas de caça-níqueis, quando explodem na sua frente. E uma já explodiu na minha frente. Sei bem qual é a sensação. A gente fica assim, querendo teorizar tudo, tentando colocar no cérebro o que só cabe na essência. Cada vez que insistimos em achar a falta no outro, o mal no outro, a escassez no outro, a doença no outro, nos tornamos todos mais pobres e sob seu ponto de vista, distorcidos. A ajuda e a caridade, a cumplicidade não têm relação com isso. Vai ter um tipinho raso qualquer que lerá seu texto, fora do contexto e pensará: “Mais essa! Estão negando a caridade! UMPF!” Pois é. Não, não é nada disso. Nem passa por isso. O que devemos negar é existência do mal. Se um tem frio, vai lá e dá o cobertor, mas não coloca nisso a carga da “culpa, do Karma, da falta de… (qualquer coisa, qualquer habilidade, qualquer cisrcunstância)”. Ver as coisas como são. A Verdade e não a realidade. #ProntoAmei! Emoticon grin
Pois e Ale Barello, chorei um balde e como diria a Claudia, deu tilt. Com certeza um montao de fichas cairam, inclusive com ajuda dos comentarios. Gratidao imensa a todos os envolvidos em todos os espacos e dimensoes e especialmente a voce por criar um ajuntamento de Luzes amorosas e alinhadas.
“Uma imagem distorcida”… Seu Artigo, Gustavo Andriewiski, dá um tilt na mente, especialmente no ego afogado, mas nos conecta à sabedoria do coração, que sabe nadar, mergulhar, fluir. Gratidão!
Perfeito Claudia, deu tilt. Li, reli, treli ate a decima vez e nos comentarios encontrei mais informacoes esclarecedoras e luminosas. Bora treinar cuidar do lago e SER LUZ.
Que reflexão Gustavo Andriewiski!!! Devemos cuidar, treinar, praticar olhar as situações como são….sem culpar nada….apenas observar e agir seguindo as respostas do coração! Gratidão
Amada Ze, li e reli o artigo do Gustavo, absolutamente esclarecedor e tocante mas ainda faltava uma virgula que acabei de encontrar no seu comentario. Gratidao Luz irma
Maravilhaaaa, Gu… As manas já disseram tudo, resta-me refletir mais sobre seu “ponto de vista” em sincronicidade com tudo o que tenho refletido ultimamente. Gratidão?
Tenho me feito uma pergunta. O fazer pelo outro deve ser sempre pelo outro e nunca para provar/mostrar que faz seja para si ou para os outros.
É preciso cuidado com os motivos, pois creio eu que altera o resultado para o recebedor e para o doador.
Muito sensata sua opinião Isabor