Mas que coisa impressionante! Me dei conta, esses dias, de que tudo dá muito certo quando começamos algo errado.
São várias as situações na vida, das menorzinhas e sem consequência, às maiores e transformadoras, nas quais começamos torto e demoramos para desentortar.
Pense você aí: quantas vezes se colocou voluntariamente numa situação errada – por erro de reflexão, por falta de opção, por desorientação, etc. – e prosseguiu nesse caminho sem alteração de curso, com tudo funcionando?
Não é curioso?
A humanidade tem uma desculpa universal para os desacertos: “coisas ruins acontecem às pessoas boas”. Outra, mais comum é: “O destino quis assim”.
O fato é que o acerto do erro é um erro colossal.
Quando digo que as coisas dão “certo” quando começamos “errado”, quero explicitar que um erro inicial, quando não evitado, gera erros maiores no percurso; então, do ponto de vista do fluxo, o errado, com mais informação e energia agregadas, significa mais erro, cada vez mais aparente.
Alguns sistemas são feitos deliberadamente para induzirem ao erro. O de crédito financeiro, por exemplo. Você usa um dinheiro que não tem (e dinheiro é algo irreal… Então é “não tem” + “não existe”) com uma opção futura (quando só existe o agora) e muita fé (esperança, no mínimo) de que salde a quantia. Você começa achando que tem um crédito, mas o que você tem é uma dívida. E por isso, considerando que o irreal se materialize e que uma entrada futura ocorra, você nunca, em hipótese alguma, pagará pela mesma quantia que usou. É sempre mais, no mínimo. Pode ser enorme se precisar de mais futuro e mais fé. Você tinha uma dívida e agora funcionou! Você tem uma dívida maior!
No mundo objetivo das finanças, parece coerente… E se levássemos isso aos relacionamentos?
Uma criatura A se desentendeu com uma criatura B. Por obra e graça da convivência, representam um papel social de boa vizinhança e não resolvem a questão; continuam se aturando. A cada encontro, esbarrão, olhar, post nas redes sociais, menção, aceno ou até lembrança, mais energia de desacerto e julgamento é colocada no relacionamento. O erro – do desentendimento – dá mais certo, funciona melhor e se transforma em ódio, rancor, mágoa e medo.
O que falar das doenças que se arrastam por décadas e da indústria dos medicamentos que curam o mal feito pelos medicamentos? Por que quando tomamos algo para dor no estômago precisamos de um outro remédio para anestesiar o órgão e receber o remédio que teoricamente deveria curar, de pronto? Por que a quimioterapia tem um efeito devastador, pior, em termos de sintoma, do que o próprio câncer?
Por que somente quando cumprimos os muitos anos de ensino regular, graduação e pós-graduação nos damos conta de que estudar é tudo de bom? Ou só quando temos filhos falamos isso a eles? O que estávamos fazendo até então enquanto éramos nós os alunos?
Ai ai ai!
Sem consciência, não há salvação.
Precisamos ficar atentos ao fluxo de energia que estamos gerando e dirigindo, o tempo todo. Quando começamos uma tarefa que avaliamos ser chata, burocrática ou inútil, saiba que dela virá mais chatice, burocracia e inutilidade. Quando prosseguimos em relacionamentos que não funcionam, eles passarão a ser melhores no quesito falta de funcionalidade, de prazer, de emoção. Quando entramos no rio da escassez veremos menos ao nosso redor. Quando apostamos no futuro, tudo fica para amanhã, inclusive a satisfação de sua necessidade imediata.
Não há frase que melhor resuma este artigo do que a proferida por Jesus:
“Porque a todo o que tem, dar-se-lhe-á, e terá em abundância; mas ao que não tem, até aquilo que tem ser-lhe-á tirado”. Mateus 25, 29
Dito, isso, sugiro fortemente:
SEJA LUZ! 😀